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Segundo IBGE, mulheres recebem menos que homens em 82% das áreas de atuação
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De acordo com o levantamento a remuneração média mensal das mulheres é 17% menor do que a dos homens
- Por Camilla Ribeiro
- 20/06/2024 21h50 - Atualizado há 4 meses
O salário das mulheres foi menor que salário dos homens em empresas de 82% das principais áreas de atuação no Brasil em 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (20).
Das 357 áreas de atuação que apresentaram números disponíveis para análise, as mulheres ganhavam salários médios iguais ou maiores que os dos homens em apenas 63, o equivalente a 18%.
Em algumas das áreas com maior presença feminina no Brasil, como Saúde, Educação e Artes, cultura, esporte e recreação, inclusive, registraram salários médios menores para elas do que para eles.
Veja as seguintes áreas em 2022:
-Saúde humana e serviços sociais: as mulheres eram 2.549.522 e ganharam um salário médio de R$ 3.069,17, os homens eram 860.499 e ganharam um salário médio de R$ 3.794,81;
- Educação de ensino médio: as mulheres eram 838.455 e ganharam um salário médio de R$ 3.985,91, enquanto os homens eram cerca de 337.549 e ganharam um salário médio de R$ 4.218,73;
-Atividades imobiliárias: as mulheres eram 100.470 e ganharam um salário médio de R$ 2.694,88, enquanto os homens eram 88.429 e ganharam um salário médio de R$ 3.171,52.
O salário médio das mulheres foi de R$ 3.241,18 em 2022, 17% menor que o dos homens, de R$ 3.791,58.
Esse levantamento foi realizado com base no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) de 2022, que reúne dados de empresas e seus empregados, inclusive salários, excluindo apenas os empresários enquadrados como Microempreendedor Individual-MEI.
O IBGE reuniu os salários do pessoal assalariado das empresas de cada área de atuação, separando por gênero, e calculou a média salarial de cada um.
A área de atuação que apresentou a maior diferença salarial foi a de fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas, enquanto homens ganham R$ 7.509,33, mulheres ganham R$ 1.834,09, um valor 309,4% menor.
A área em que as mulheres ganharam mais, apresentando a maior diferença, foi em organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.
Nessa área, mulheres receberam salários médios 47,7% maiores que o dos homens: elas ganharam R$ 9.018,70 e eles, R$ 4.717,09.
Observando os 20 grandes grupos de atuação, seguindo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), as mulheres ganham salários menores que os homens em 17 deles.
A diferença salarial maior foi registrada no grupo de Atividades financeira, de seguros e serviços relacionados, nessa área homens ganham , em média, R$ 10.469,21, enquanto mulheres ganham R$ 6.205,02, um valor 68,7% menor.
Os três grupos em que as mulheres receberam salários médios maiores que os dos homens foram:
-Organismos internacionais e outras instituições territoriais, com elas ganhando R$ 9.018,70, 47,7% a mais que os R$ 4.717,09 deles;
-Construção, com elas ganhando R$ 3.381,12, 17,9% a mais que os R$ 2.776,09 deles;
-Indústrias extrativas, com elas ganhando R$ 6.791,76, 6,8% a mais que os R$ 6.328,57 deles.
Mais detalhes da pesquisa
Segundo o IBGE, em 2022, o Brasil tinha 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, ocupando 63 milhões de pessoas.
De todos esses números, 6,6 milhões de empresas não tinham pessoal assalariado, no entanto ocupavam 8,4 milhões de pessoas que recebiam sua renda como sócios e/ou proprietários.
Outros contingente de 2,9 milhões de empresas empregavam 54,3 milhões de pessoas, desses 50,2 milhões eram funcionários assalariados e 4,1 milhões eram sócios e/ou proprietários.
Essas empresas pagaram R$ 2,3 trilhões em salários e outras remunerações. O salário médio mensal foi de R$ 3.542,19, o que corresponde a 2,9 salários mínimos.